Algumas mães contactam-nos pois os seus filhos estão numa fase em que se despem constantemente. As pessoas que os acompanham sentem-se desconfortáveis com a situação e não sabem como reagir.
Embora vestir-se seja sem dúvida tido em conta sempre que trabalhamos com crianças com autismo, se as vossas crianças estão em casa e vocês têm um programa para elas a correr… Dependendo das idades delas (no caso especifico tem 6 anos), este aspecto não é a prioridade principal. Lembrarmo-nos de que as nossas crianças estão sempre de alguma forma a tomar conta delas próprias. É crucial para as ajudarmos, portanto dê a si próprio a oportunidade de estar descontraído e calmo na presença deste comportamento.
Talvez neste momento o toque das roupas contra a pele dela esteja a ser um desafio sensorial para ela. Talvez a reacção de desconforto dos seus voluntários seja o que ela procure. Ou ela pode estar a testar os limites e a ver o que eles irão permitir ou não. Portanto, aqui está o que fazer para ajudar:
1) Não se incomode com o facto de ela estar nua.
Sim, vocês querem ajudá-la a vestir-se, mas sentirem-se incomodados com facto de ela não estar vestida é diferente de querer que ela se vista.
2) Seja persistente.
Ao longo da sessão, ofereça roupas regularmente de uma forma divertida. Tente esperar até que ela esteja motivada num jogo e então integre no jogo o acto de vestir. Por exemplo, talvez ela adore ser puxada na manta. Puxe-a umas quantas vezes de graça e depois, quando ela estiver a rir, a olhar, a pedir mais de alguma forma, tente dizer “Oh, estas são as tuas cuequinhas de andar na manta super super divertidas! Veste-as! Repara como andas tão depressa em cima da manta com elas vestidas!”. Esta persistência apenas funciona quando não há nenhum “forçar” nem nenhum “precisar” (da nossa parte) de que as nossas crianças se vistam.
3) Dê o controlo!
Se ela diz “não” ou se afasta as roupas de perto dela, respeite o desejo dela por controlo festejando/celebrando-a e exagerando a sua resposta ao “não” dela.
Por exemplo, “Yeeee, sem calças, obrigada por me mostrares… wohoo!” e atire as calças para o outro lado do quarto. Se forçarmos, nessa altura as nossas crianças sentem-no a um quilómetro de distância e far-nos-ão frente criando guerras de controlo. Guerras de controlo tornam-nos companhias difíceis em vez de divertidas e fáceis de estar com. Então tente outra vez mais tarde, de uma forma diferente. Pode fazer experiências sobre as formas de apresentar as calças. Talvez a abordagem mais subtil de as entregar directamente à criança sem dizer nada funcione melhor com a sua criança especificamente.
4) Estabeleça limites se forem precisos.
Aqui no The Son-Rise Program®temos a seguinte política: Se a criança está nua então não lhe permitimos que brinque com as bolas terapêuticas grandes nem com o escorrega por estas razões :
a) higiene, manter a nossa mobília limpa e livre de germes
b) mantê-las a salvo de terem a pele assada ou dorida de rolar, subir, etc. à bola ou ao escorrega.
Para além disto, tudo o resto é permitido. Portanto, se eles tentarem rolar sobre a bola por exemplo, podem explicar suavemente “Na verdade, eu vou pedir-te que te vistas se queres brincar na bola”. Se elas escolherem não se vestirem então digam-lhes de uma forma amorosa que “Nós não podemos brincar agora na bola porque te amo e quero manter-te seguro”.
5) Pergunte aos seus voluntários como se sentem quando isto acontece
e tente compreender o que eles pensam quando isso acontece, o que é que eles fazem para tentar ajudá-la e porque é que fazem o que fazem. Isto ajudar-vos-á a conhecerem melhor os vossos voluntários e também a chegarem à raiz de quaisquer crenças limitadoras que eles possam ter quando estão com a criança.
Por favor vão contando como correm as coisas!
Becky – Autism Treatment Center of America