Que cor é esta?
Quantos balões estão ali?
O que queres comer?
Queres que te faça cócegas?
Como é que isto se chama?
Queres que te cante uma música?
O que é que queres?
É isto que tu queres?
Queres que finja que sou um cão?
Que som faz o gato?
Quantas perguntas por dia fazem às vossas crianças?
As perguntas são parte da forma como nós comunicamos no dia-a-dia com as pessoas, elas podem ser úteis, mas também são demasiado utilizadas quando estamos a trabalhar com as crianças com autismo. Pode parecer que estamos a testar a criança e desligá-la de querer comunicar connosco.
Algumas Reflexões a considerar quando fizer uma pergunta à sua criança.
1. Porque estou a fazer esta pergunta?
É porque realmente quero saber a resposta ou é uma pergunta de retórica, onde não espero que a criança responda, mas vou eu própria dar a resposta? Se é, de facto, retórica, não pergunte – faça o que ia fazer sem adicionar a pergunta – aqui a questão não é necessária, dando espaço e ensinando a criança que não é suposto responder às perguntas.
2. Está a fazer um pergunta só para ouvir a criança dizer aquilo que você já sabe que ela sabe?
Por exemplo, está a perguntar-lhe de que cor é um objecto só para o ouvir dizer de que cor é?Se você já sabe que a criança sabe isso – então, pergunte-lhe outra coisa – algo que possa ser mais interessante para a sua criança e que não tenha resposta certa ou errada – por exemplo, pode perguntar à criança quem é que ela acha que é o familiar mais divertido.
3. Está a usar uma pergunta como forma de iniciar uma conversa com a criança?
Esta é uma forma de começar, mas também há outras maneiras, que se calhar são mais interessantes e mais conversacionais para a sua criança. Em vez de fazer uma pergunta, partilhe uma história, uma comentário ou um pensamento sobre qualquer coisa que possa interessar a sua criança. Se a sua criança é motivada por dinossauros, poderá dizer algo como:
“Se eu vivesse no tempo dos dinossauros, eu faria uma carruagem de madeira e punha em cima do dinossauro, para poder andar em cima deles e ir para aonde eles fossem”
Depois pare e veja se a sua criança tem um comentário ou pensamento verbal. Desta forma você está a inspirar a sua criança a comunicar espontaneamente os seus pensamentos e ideias sobre o que você disse, o que irá ajudá-la a partilhar os seus pensamentos interiores e a construir as suas próprias frases.
4. Está a usar uma pergunta como forma de iniciar uma actividade?
Em vez usar uma pergunta, comece simplesmente uma actividade. Por exemplo, em vez de perguntar se a criança quer pintar, pegue nas canetas e no papel e comece a pintar, em pouco tempo a criança irá mostrar-lhe se quer desenhar ou não.
5 . Há formas de fazer perguntas à sua criança sem parecer que a está a testar, mas como se a estivesse a incluir numa decisão sobre como vocês irão interagir.
Por exemplo, em vez de dizer“Que cor de papel é que queres?”, poderá dizer “Wow, temos imenso papel colorido aqui, estou a pensar que cor é que havemos de escolher primeiro?”
Divirta-se a rever e modificar as maneiras de encorajar a sua criança a comunicar verbalmente consigo.
Com carinho,
Kate