“O meu filho tem nove anos e não aceita perder nos jogos.
Por causa disso, evita brincar com jogos que gosta muito por medo de perder.
Se joga e perde, ele quer jogar sem parar até ganhar! Como o podemos ajudar?”

Primeiramente, é importante fazer o vencer e o perder como sendo muito divertidos nos jogos. Assim, quando a pessoa com autismo ganhar, faz uma festa, “Uhu! Tu ganhaste! E eu fiquei em segundo lugar, Uhu!!!”.

A verdade é que vivemos numa sociedade na qual vencer é o que importa e quem perde não tem valor algum. Quem ganha recebe toda festa, mas e aqueles que jogaram com entusiasmo, não há nada para eles? Tira a ênfase do ganhar, para de dizer que é tão importante, tão crucial, e coloca mais ênfase na atividade em si. Diz, “Sabes de uma coisa? Eu adorei jogar contigo! Fiz uma festa porque tu ganhaste. E que tal fazermos também uma festa para mim que fiquei em segundo lugar e adorei jogar contigo? Uhu! Joguei e fiquei em segundo lugar!”

Podes até envolver um boneco ou um peluche na brincadeira dizendo, “E tu ursinho, ficaste em terceiro! Parabéns! Medalhas! Medalha para quem ficou em primeiro, Uhu! Para o segundo lugar também, Uhu!” Assim, passamos a mensagem de que vencer é maravilhoso, mas jogar também é maravilhoso, ter amigos e ter alguém com quem brincar juntos, isso é o que mais importa.

Tirar o ênfase do ganhar

Joga alguns jogos assim, depois joga um jogo em que a pessoa com autismo perde e vibra dizendo, “Obrigado mesmo por jogares comigo, é tão fantástico poder jogar contigo!” E continua vibrando com ela, pois será isso que a pessoa interiorizará, que ficar em segundo, ou terceiro, ou vencer, tudo é bom. É preciso criar essa situação em torno do ganhar. Não evites essas situações! Ajuda a pessoa a desenvolver essas ferramentas tão importantes para amizades.