Chegou o momento – o momento que tem temido nas últimas semanas ou meses – a altura de ensinar o seu filho com autismo a usar o bacio (ou penico) chegou finalmente. Ensinar o seu filho a como usar o bacio é semelhante ao ensino de uma criança sem a perturbação; a principal diferença é que os níveis de stress de uma criança com autismo disparam duas ou três vezes mais acima do normal. Além do uso de técnicas de treino terapêutico, ensinar uma criança com PEA (Perturbação do Espectro do Autismo) a usar o bacio necessita de duas coisas: paciência e perseverança.

Avaliar a Prontidão

A primeira coisa a fazer é avaliar a prontidão do seu filho no ensino do uso do bacio. No autismo, a dita regra de que é aos 18 meses a altura ideal para começar o treino não é bem verdade. A base da avaliação da prontidão no treino de uma criança com autismo deve ser feita com base na sua capacidade de desenvolvimento. Você será capaz de avaliar isso observando se o seu filho já consegue ver e, de alguma forma, focar-se, imitar os outros e ter estabelecido um sistema de comunicação consigo.

Planear e Preparar

Em segundo lugar, é necessário um planeamento cuidadoso e meticuloso para ensinar o seu filho a fazer xixi e cocó no sítio certo. Uma vez que o autismo altera a comunicação e interação do seu filho, será necessário um esforço extra e paciência para alcançar um resultado positivo. O uso de técnicas terapêuticas pode ajudar na introdução do processo à criança. Técnicas tais como criar um histórico social sobre o ensino do uso do bacio e usar dicas visuais e vídeos com modelos que podem ajudá-lo nesta tarefa crucial.

Ao usar dicas visuais, pode usar imagens claras que mostram passo a passo o processo necessário para urinar no bacio. Pode também usar fotos reais que tirou ao irmão da criança ou até mesmo fotos do seu filho com autismo. Coloque estas fotos na sequência exata de como ele ou ela deve fazer xixi ou cocó. Garanta que as coloca num lugar visível à criança, como na parte de trás da porta da casa de banho.

Ao usar vídeos como modelo, pode gravar a sequência, e depois editar e adicionar sugestões de voz, como «puxa as tuas calças para baixo» no momento em que o modelo no vídeo o estiver a fazer. Seria preferível se o modelo no vídeo também fosse uma criança. Pode também usar vídeos já prontos ou desenhos animados disponíveis no mercado. Certifique-se apenas de que são utilizadas ações e palavras simples e precisas.

Implementar e Ser Paciente

Em terceiro lugar, inicie o processo do ensino do treino para o uso do bacio. Familiarize a criança com o bacio e explique-lhe que é só dele e que pode usá-lo sempre que sentir vontade de fazer xixi ou cocó. Crie um horário de quando a criança usa o bacio.

É melhor marcar o tempo da hora habitual que ele ou ela faz xixi ou que você lhe muda a fralda. Guie o seu filho com o uso de sinais visuais e verbais; apenas mantenha as coisas simples e nunca force a criança se ela se recusar a fazer. Com os meninos, ajuda se lhes fornecer algo que possam lavar para apontar e melhorar a sua pontaria ao fazer xixi. No começo poderá ser frustrante, o que é normal, mas seja persistente e, acima de tudo, seja paciente. A recompensa é uma vida de controlo e normalidade para o seu filho.

Resolução de Problemas

O que fazer quando a criança se recusa a ser ensinado a como usar o bacio? Dê-lhe um descanso e a si também. Pare e tente novamente 2 ou 3 semanas depois ou até mesmo um mês. Stressar-se a si e ao seu filho não fará bem a ninguém. Lembre-se apenas que o ensino do uso do bacio às crianças com autismo leva mais tempo do que uma criança normal.

Não programe o treino do seu filho se coisas fora da “rotina” tiverem acontecido. Por exemplo, se o seu filho começar a escola ou uma nova terapia; se a família se mudar para outra casa; se existirem novas adições à família ou se vai voltar ao trabalho depois de ter estado em casa por um tempo a cuidar do seu filho, deixe o treino esperar por um tempo. Tudo isto é stressante o suficiente para o seu filho e ensiná-lo a usar o bacio nesta altura seria apenas um fracasso.

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Traduzido por: André Costa