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Brincar enquanto trabalhamos desafios

1 de Março de 2019 – vencerautismo

Por Lisa Jo Rudy / medicamente revisto por Joel Forman, MD

Se existe um problema partilhado por todas as crianças com autismo, esse é a dificuldade de usar habilidades comuns ao brincar. As crianças com autismo conseguem alinhar ou empilhar brinquedos, brincar sozinhas, resistindo à interação com outras crianças, andar à roda, balançar ou passam o tempo de outra forma no seu próprio mundo.

É essa auto absorção que dificulta a aprendizagem das crianças com autismo através da imitação, que dificulta a socialização com outras crianças, ou que se conectem com os adultos nas suas vidas. Em teoria, os pais podem desempenhar um papel fundamental no ensino dos seus filhos com autismo a brincar. Mas se “brincar com o seu filho” lhe soa fácil, na verdade pode ser um desafio para um pai de uma criança com autismo. ​

O porquê de ser tão difícil brincar com uma criança com autismo

Apesar de alguns adultos acharem fácil brincar com crianças em geral, muitos não sabem como se devem envolver com elas. As crianças sem autismo ajudam os adultos pedindo-lhes muitas vezes para “jogar ao cavalinho”, ou “jogar à bola”, ou de outra forma participar na brincadeira. As crianças com autismo, no entanto, podem não ajudar o adulto. Na realidade, cabe ao adulto descobrir como se envolver e comunicar com uma criança que pode não ter qualquer interesse óbvio em brincar. Como resultado:

  • Nem sempre é fácil captar a atenção de uma criança com autismo ou manter a sua atenção por um minuto que seja;
  • Uma vez envolvida, uma criança com autismo muitas vezes preferirá fazer as mesmas coisas uma e outra vez, e pode ser difícil deixar o padrão;
  • As crianças com autismo raramente trazem as suas próprias ideias ou energia para brincar interactivamente. Por isso, todas as ideias e energias devem vir do pai. Isto pode ser cansativo e frustrante;
  • As ferramentas usuais que usamos para envolver as crianças, tais como fazer perguntas, oferecer sugestões, iniciar uma atividade intrigante, pode passar ao lado numa criança com autismo.

Mas todas estas questões não são nada comparadas ao verdadeiro sentido de dor e tristeza dos pais quando os seus próprios filhos os ignoram em favor de um mundo ou objeto interno. Sim, a maioria dos pais consegue superar o sentimento de rejeição porque experimentou novas formas de envolvimento e conexão. Mas quando o nosso filho nos ignora, quando o abraçamos e ele afasta-nos, quando nos envolvemos e ele parece alheio, é extraordinariamente difícil encontrar a energia emocional para continuar a tentar.

Outro grande obstáculo é a triste realidade de que muitos pais se esqueceram de como brincar

Claro, eles sabem como jogar jogos de tabuleiro ou praticar desporto, mas a ideia de fingir ser alguém ou algo que eles não são já não é atraente. A maioria dos pais apenas agendam datas para brincar e depois ficam atrás dos seus filhos enquanto eles correm e brincam. Mas os pais de filhos com autismo não têm esse luxo.

Mesmo com apoio e informações sobre “como brincar com o seu filho com autismo”, a maioria sente-se um pouco sobrecarregada com o desafio. Existem algumas maneiras fáceis de começar a brincar com o seu filho com autismo, bem como terapias lideradas por pais para ajudá-lo a ajudar o seu filho a construir habilidades para brincar.

Dicas para brincar com o seu filho com autismo

Mesmo que já não brinque naturalmente, pode usar algumas destas técnicas para ter a atenção do seu filho e para se divertirem juntos:

  1. Se tem dificuldades em tirar a atenção do seu filho de uma atividade “preferida” (abrir e fechar uma porta, alinhar objetos, etc.), a melhor solução é se juntar ao seu filho na atividade. Assim que tenha a atenção dele, tente variar a atividade, adicionando um pequeno desafio ou movendo um objeto para fora da linha de objetos. O seu filho vai precisar vir até si para continuar a fazer o que ele gosta, e isso é o início da comunicação;
  2. Jogar à apanhada e fazer cócegas podem envolver um jovem relutante que não tem certeza de como comunicar verbalmente ou de como responder a tal abertura social;
  3. As bolhas de sabão são uma ferramenta maravilhosa para se envolverem a brincar. Assopra várias bolhas rapidamente e depois uma bolha grande lentamente. Troquem a vez;
  4. As marionetas podem muitas vezes ligar-se a crianças quando os adultos não conseguem. Ao usar fantoches de personagens favoritas, você pode obter respostas positivas surpreendentes;
  5. Brincar com água pode ser uma ótima maneira de se divertir com um companheiro de brincadeira com autismo que seja resistente. Brinque com uma mangueira ou numa piscina, ou atire água numa banheira ou com um balde de água e pode ter um monte de diversão sem a necessidade de conversas ou competições.
  6. Enquanto as crianças com autismo podem achar difícil brincar livremente, muitas vezes acham fácil de memorizar guiões. Pode aproveitar esta capacidade, ao recitar ou ao cantar juntos um programa de televisão favorito. Mesmo que não esteja a brincar de forma normal, vocês podem trocar a vez, atuar cenas e até mesmo improvisar juntos.

Artigo original aqui  

Traduzido por: André Costa

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