Lidar com comportamentos de auto-agressão
Na maioria dos casos, quando as pessoas com autismo batem em si mesmas, é demasiada energia acumulada e o entusiasmo é tanto que não encontram nenhuma maneira de se livrar dela a não ser através deste tipo de comportamento; ou, poderá igualmente ser a sua vontade de provocar uma reacção nas pessoas ao seu redor.
- Primeira coisa a tentar: oferecer outras maneiras de libertar a sua energia, como apertar o corpo ou sugerir correr à volta da sala com ela. Se tiveres a sensação de que a pessoa está a chegar um desses períodos de auto-agressão, dá-lhe os apertos antes do período, se possível. Se não, podes sugeri-los assim que começar a bater nela própria. Além disso, aperta diretamente no lugar que a pessoa está a bater (se ela estiver a bater a cabeça contra o chão, tenta apertar a cabeça dela.)
- Pergunta a ti mesmo: “Como me sinto em relação a isto?” A maioria das pessoas sente-se desconfortável nestas situações, e a pessoa percebe esse sentimento, que é um motivador para continuar a ter o comportamento. Não te preocupes se te tens sentido mal, podes sempre dar a volta a isso. Quando sentires e agires calmamente (não reagir de forma divertida), a pessoa que acompanhas não vai receber a mesma reação de ti, e pode diminuir o comportamento.
- Outros fatores a analisar:
- A dieta da pessoa que acompanhas
- É assim que ela consegue o que quer? Muitas pessoas recebem guloseimas e outras coisas do seu interesse assim que batem com a cabeça ou batem em si mesmas, então sabem que têm o que querem quando fazem isso. Se este for o caso, tens que torná-lo num método ineficaz para não dares mais o que ela quer quando o faz.
Lidar com comportamentos agressivos
Muitas pessoas com autismo podem morder, arranhar, bater e atirar coisas inesperadamente às pessoas. Há geralmente três coisas a verificar imediatamente, que são:
A forma como tu (e as pessoas ao seu redor) reagem ao comportamento agressivo
Quando magoadas, a maioria das pessoas reagem fisicamente (a gritar, fazer expressões de dor com o rosto, afastar-se rapidamente, entre outras coisas) e mentalmente (frustração, irritação, ou outro tipo de desconforto).
Muitas pessoas vão fazer comportamentos especificamente por causa da reação que recebem das pessoas ao seu redor. Pode ser muito divertido e interessante para algumas verem os cuidadores a gesticular e a fazer expressões faciais exageradas.
Se a pessoa que acompanhas, arranha, morde, etc, se fizeres caso disso, ela estará está mais propensa a continuar o comportamento, porque é divertido ver-te a ter essa reação.
Uma vez mordido(a), arranhado(a), etc, proteje-te de forma a impedir que isso aconteça novamente, de uma forma calma e fácil. Não tentes “disciplinar” a pessoa nesse momento… provavelmente estás apenas a encorajar o comportamento por gritar ou falar com uma voz irritada, etc.
Além disso, a tua reação mental também é vital. Não é suposto fingir estar calmo(a), mas sentires-te calmo(a). Isto é importante porque as pessoas podem sentir emocionalmente o mesmo que as pessoas ao seu redor. Se te sentires mal (ou triste, zangado(a), frustrado(a), etc.), isto conta como uma reação também! E podes muito bem-estar a encorajar o comportamento por ter um desconforto.
Estou a ceder ao que a pessoa quer quando é agressiva comigo?
A ideia é perguntar a ti mesmo, o morder/arranhar/pontapear afeta-me? Dou-lhe alguma coisa porque me magoou que eu não teria dado de outra forma? Se sim, é importante que mudes isso. Desde que uma pessoa acredite que magoar os outros funciona melhor para conseguir coisas, será a isso que recorrerá quando nada mais estiver a funcionar. Então, em vez disso, quando a pessoa comunicar da maneira que queres, terás feito um bom trabalho.
Está atento(a) aos sinais de aviso a chegar e oferece diferentes estímulos físicos
Por exemplo, aperta as mãos e os pés, se ela o permitir, e até massaja a mandíbula. Algumas pessoas recebem rajadas de energia, que podem ser libertadas pelos teus apertos. Podes também oferecer outros tipos de atividade física, como jogar à apanhada.
Lidar com comportamentos desafiantes como de atirar objetos e gritar
Aqui estão algumas sugestões sobre como lidar com o comportamento de atirar objetos e gritar:
Fica ciente de como as pessoas estão a responder a isto
Se as pessoas à volta da pessoa com autismo (tu, familiares, terapeutas ou ajudantes) se estão a sentir desconfortáveis, assustados ou frustrados quando a pessoa se comporta desta maneira, ela pode fazê-lo ainda mais.
Vê como te sentes; lembra-te que ela está a fazer o melhor que pode e respira fundo, “relaxa” assim que a pessoa começar a fazer isto. Fica até mesmo parado(a) por um momento e observa. Além disso, procura saber se a pessoa com autismo pode ter o que quer quando atira objetos: As pessoas movem-se mais depressa quando ela atira algo? Ela de alguma forma consegue comida, atenção ou brinquedos mais rápido? É muito importante ver como tens respondido para poder mudar isso.
Tenta sempre mover-te ainda mais DEVAGAR quando ela atira coisas ou grita
Em vez de começares a acelerar como sempre fazes quando age desta forma, desacelera as tuas respostas para que ela veja que esta não é a maneira mais útil para obter o que quer.
Oferece brinquedos macios ou almofadas
E diz-lhe: “Se quiseres atirar algo, podes atirar isto”. Assim, ela tem uma noção sobre onde ela pode colocar a sua energia extra.
Explica de uma forma muito relaxada, “eu não entendo o que queres quando atiras coisas. Se usares as tuas palavras ou olhares para mim, ajudar-me-ia muito.”
Então, se a pessoa falar, ou tentar falar, ou olhar para ti, podes correr para a prateleira e oferecer-lhe diferentes itens. Desta forma, mostramos-lhe que atirar não a ajuda a conseguir o que quer, mas que o contacto visual e a fala são muito mais eficazes.
Traduzido por: André Costa
Fontes:
How to handle agression from your child
Handling Throwing and Screaming Behavior
Dealing with Self Abuse