Ninguém deseja questionar-se “Terá o meu filho/aluno autismo?”. No entanto, quando certos sinais ou sintomas aparecem, a possibilidade de a pessoa ter autismo precisa de ser considerada..
Se receias ou desconfias que alguém que conheces tem autismo, queremos lembrar-te de que, mesmo que ocorra um diagnóstico de autismo, ainda há esperança para que possas ter um relacionamento amoroso, comunicativo e fabuloso com a pessoa. Dito isto, também é importante conhecer o mais cedo possível se a pessoa estiver no espectro do autismo para que possas começar a conhecê-la e saber onde ela está – com amor e aceitação.
Então, considera as informações abaixo para determinar se é hora de ser marcada uma consulta com o médico que acompanha a pessoa.
O que é autismo?
O autismo é uma perturbação da interação e da comunicação (social e relacional) que afeta áreas do desenvolvimento de uma pessoa, incluindo a sua capacidade de se comunicar e interagir com os outros. O autismo pode variar em gravidade, desde déficits sociais leves até ao comprometimento total. A condição geralmente aparece nos três primeiros anos de vida.
De acordo com o Centro de Controlo de Doenças, o autismo atualmente afeta aproximadamente 1 em 38 crianças nos Estados Unidos. A condição é mais comum em crianças do sexo masculino, que são afetadas 4,5 vezes mais que as crianças do sexo feminino.
Os cientistas ainda não determinaram a causa exata do autismo. No entanto, a pesquisa identificou vários fatores que podem contribuir para o desenvolvimento desta condição. Alguns desses potenciais fatores incluem exposições ambientais, como vírus e toxinas, bem como vários problemas genéticos.
Quais os sinais do autismo?
A melhor maneira de determinar se deve ser marcada uma consulta para avaliação e diagnóstico é questionar se a pessoa tem algum dos sintomas geralmente associados ao autismo. E embora o autismo possa estar num espetro muito grande, o que varia muito de pessoa para pessoa, aqui estão vários sinais comuns que podes procurar ou identificar:
1. Não fazer contato visual com pais, familiares ou outros cuidadores, especialmente durante as refeições.
2. Não responder ao seu próprio nome.
3. Reações impróprias em situações sociais.
4. Sem vontade de partilhar objetos ou interesses com os outros.
5. Incapacidade ou dificuldade de entender e seguir instruções simples.
6. Incapacidade ou dificuldade em manter uma conversa normal.
7. Padrões de fala anormais (ecolália, perguntas repetitivas, discursos limitados e fechados a um só tema).
8. Sem vontade aparente de querer brincar com os outros.
9. Discurso atrasado.
10. Nenhum desejo de abraçar ou manter contacto físico.
11. Desenvolvimento de comportamentos repetitivos, como abanar das mãos, alinhar objetos, balançar o corpo, andar em círculos, entre outros.
Na verdade, algumas crianças com diagnóstico de autismo podem desenvolver-se normalmente nos primeiros anos de vida e, em seguida, mostrar sinais de regressão, enquanto outras podem exibir os sintomas do autismo desde uma idade muito precoce. Dessa forma, se notaste algum dos sintomas acima e te sentes preocupado/a, menciona estas preocupações ao teu médico. Ele ou ela poderá, então, fazer uma avaliação e determinar se algum dos sintomas pode estar relacionado ao autismo.
Mas atenção… A esperança não está perdida!
Mesmo que a pessoa seja diagnosticada com autismo, não é sinónimo de perder a esperança de que possam ter o relacionamento que tanto desejas.
Já vimos pessoas com o diagnóstico de perturbação do espectro do autismo a melhorar drasticamente ao longo do tempo com as interações adequadas e o cuidado amoroso dos seus cuidadores. Aliás, já ouvimos casos de recuperação total!
Embora alguns profissionais possam dizer-lhe que as suas opções são limitadas, pela nossa experiência nem sempre é assim. E a pessoa precisa que sejas o seu maior defensor e campeão.
A pessoa com autismo é especial do jeito que ela é. Sugerimos, assim, que resistas ao desejo de ser comparada com os outros e, em vez disso, comemora a sua unicidade. Se o autismo se tornar parte da jornada da pessoa, encorajamos-te a explorar a forma como outros cuidadores caminharam para o sucesso com os seus próprios filhos ou alunos e conseguiram resultados surpreendentes, simplesmente aprendendo a estar com eles, no seu próprio mundo, e para ancora-los amorosamente ao mundo tal como o conhecemos.