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A motivação é a chave da aprendizagem

21 de Agosto de 2020 – vencerautismo

A motivação é o motor do crescimento, é de facto o maior fator de aprendizagem e progresso de qualquer pessoa. Quando uma pessoa está a seguir os seus interesses e motivações intrínsecas, a aprendizagem acontece mais rapidamente e facilmente.

É fácil entender isto: pensa no teu dia-a-dia: que coisas é que fazes com real motivação? Que coisas é que fazes sem motivação? E qual é que te custa mais? Qual é que te dá mais prazer? 

Infelizmente este princípio é raramente posto em prática e na maior parte dos casos as pessoas são ensinadas de um modo que funciona em contramão desacelerando a sua aprendizagem. O resultado final é que a forma pela qual as pessoas com autismo são ensinadas não corresponde àquilo em que elas encontram motivação e interesse. E se isso não é bem observado, passa como “ a pessoa com autismo não é capaz de aprender”, quando na verdade é ou poderá ser.

Princípio da motivação

Muitas vezes quando falamos em motivação as pessoas confundem com aquilo que gostariam que a pessoa com autismo fizesse ou que vêm que acaba por fazer depois de alguma insistência como pintar, fazer puzzles, jogos de encaixe, repetir palavras. Pode ser motivação se a pessoa o faz de forma espontânea ou se diverte a fazer e não completa a atividade só porque lhe é pedido e se insiste.

Quando falamos sobre o princípio da utilização de motivações intrínsecas da pessoa, o que queremos dizer com isto é personalizar qualquer coisa que a ajude a fazer ou aprender algo para coincidir com áreas de maior interesse da pessoa.

Por exemplo, pedimos para contar até cinco contando círculos desenhados numa folha de papel. Mas imaginem que a pessoa em questão adora dinossauros! Não iria aprender mais rápido se brincássemos com um jogo com dinossauros onde ela teria de contar os cinco dinossauros de que ela gosta?

Identificar motivações

Se queremos colocar o cérebro num estado máximo de crescimento e promover a maior parte da aprendizagem, a chave passa por encontrar e capitalizar os interesses e motivações que a pessoa já tem e não forçar informações ou tentar motivar à força. Quando uma pessoa está motivada e interessada, os neurotransmissores são estimulados no sentido de fazer o cérebro funcionar, prepará-lo para o crescimento, mudança e aprendizagem. Queremos introduzir cada competência que queremos que a pessoa com autismo aprenda, cada objetivo educacional, cada nova atividade, construídos em torno daquilo onde ela encontra maior motivação e interesse.

Estados de disponibilidade

O maior erro que cometemos é tentar ensinar ou mudar as pessoas com autismo quando não estão num estado onde podem absorver novas informações. 

Quando tentamos ensinar, persuadir ou orientar uma pessoa enquanto ela não está “disponível”, é como se estivéssemos a passar o “sinal vermelho” de um semáforo. Quando estamos a conduzir e passamos um sinal vermelho, podemos pensar que vamos chegar mais depressa ao nosso destino, mas muitas vezes o resultado é bem diferente – talvez a colisão de veículos ou uma multa. O mesmo acontece quando fazemos o mesmo com as pessoas com autismo, o resultado acaba por ser o oposto pois não estamos a respeitar o ritmo e estado de disponibilidade dela.

Identificar as janelas de oportunidade

Desta forma, é fundamental esperar que a pessoa esteja pronta e disponível antes de dar alguma instrução ou fazer qualquer mudança. Na Vencer Autismo chamamos a estas oportunidades, janelas de oportunidade. Se a pessoa não se encontra em isolamento, está responsiva, a olhar para nós, provavelmente estamos a ter uma luz verde. Este é o momento de ensinar ou pedir-lhe algo.

Numa primeira fase, vamos então pensar primeiro nas áreas de interesse (motivações) da pessoa que acompanhamos.

Gosta de personagens da Disney? Carros? Aviões? Números? Brincadeiras físicas? Expressões faciais exageradas?

Tudo o que precisamos de fazer é observar o que ela faz e anotar. O que a impulsiona? Existe algo que gosta de ver ou fazer? É verbal? O que diz quando um adulto não está a conduzir a conversa? 

Primeiro focamo-nos nisso e depois sim no que queremos que aprenda. Depois de identificadas as motivações, vamos então fazer uma lista dos nossos objetivos educacionais e especificá-los ao máximo. O próximo passo será refletir como usar as motivações da pessoa que acompanhas para trabalhar os objetivos e fazer a ligação entre ambos para que a aprendizagem seja muito mais rápida e efetiva.

Podes aprender mais sobre este tema através das nossas Masterclasses:

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