O primeiro passo para ajudar a pessoa com autismo a ser mais clara no uso de vocabulário passa por observar como forma as palavras e as frases.
Assim, verifica antes de mais os seguintes fatores:
1. A boca:
Abre demasiado a boca quando fala e raramente junta os lábios? Ou, pelo contrário, fica com a boca demasiado fechada, mal a abrindo para falar? Ambas resultam em comunicações imperceptíveis.
2. A língua:
Toca com a língua nos dentes para produzir o som “d”, ou no céu da boca para o som “l”?.
3. Os lábios:
Junta os lábios, como se fossem dar um beijo, para o som “w”? Estica os lábios em direção às orelhas para o som “i”?
Assim que perceberes qual é a forma como a pessoa com autismo articula as palavras, podes começar a ajudá-la a trabalhar esta capacidade. Podes fazer isso exemplificando como se faz, lentamente, com a tua própria boca. Enquanto estás a exemplificar podes explicar-lhe cada passo verbalmente e, assim, a pessoa recebe indicações claras de como mover a boca/língua/lábios para se expressar melhor.
Então, quando estas situações surgem, é importante a ter em mente o seguinte:
- Modela claramente o som ou a palavra que a pessoa tem dificuldade em verbalizar, forma bem articulada. Movimenta os teus lábios, a língua e o queixo mostrando à pessoa como a palavra é verbalizada.
- Exagera os movimentos orofaciais utilizados para verbalizar o som ou a palavra. Em vez de verbalizares o som/a palavra, exagera e diz a palavra em câmara lenta, abrindo bastante a boca e movimentando a língua de forma engraçada.
- Comemora qualquer tentativa de comunicação gentil, verbal ou não verbal. Por exemplo, se estiveres a modelar a palavra “rua” e a pessoa com autismo verbalizar “ua”, comemora a sua tentativa de falar a palavra e explica o que percebeste: “Falaste ‘ua” para “ru-a, fantástico!”. Depois modela a palavra novamente “está quase quase perfeito, a mãe/pai vai-te ajudar a dizeres melhor para depois irmos para a rua: RU-A!”.
Além disso, outra questão importante é dar espaço à pessoa para verbalizar. Nestas situações, especificamente quando solicitas que a pessoa com autismo verbalize, tenta falar o menos possível – para não ser demasiada informação ao mesmo tempo – e depois de fazeres o teu pedido, cria um espaço de silêncio para lhe dares hipótese de responder. Para saber mais sobre este tema, veja este artigo: Importância de dar espaço para a nossa criança falar.