Se a pessoa com autismo está a despertar para esta fase de desenvolvimento e de comunicação verbal aproveita e ajuda-a a dar uma função aos sons que faz. Facilitando-lhe a comunicação, por um lado, e apoiando-a a dar significado a cada som/palavra.
Para isso, é importante teres em atenção a forma como comunicas com a pessoa com autismo.
Por vezes, usamos vários termos para nos referirmos ao mesmo objeto ou atividade e isso pode ser confuso. Dessa forma, não se cria uma “regra” específica sobre que nome dar a determinada coisa. Isso pode fazer com que a tarefa pareça ainda mais desafiante, pois significa que a pessoa tem de se lembrar de nomes diferentes para uma mesma coisa. Então, vamos simplificar e procurar usar sempre a mesma palavra para nomear determinado objeto.
Imagina que…
…a pessoa com autismo faz um som qualquer que não consegues descobrir o que é. Esse é o teu primeiro desafio – perceber a que é que corresponde esse som. Por exemplo, a pessoa com autismo usa o som “api” para se referir à boneca. O mais importante é que já conseguiste desvendar o significado desse som, mesmo que não seja parecido com a palavra a que se refere. Pode ser difícil para a pessoa realizar algum som na palavra “boneca” ou poderá ter alguma dificuldade ao nível do processamento da informação dos sons e, por essa razão, ter dificuldade em dizer da mesma forma que nós. Pode ajudar se tu exagerares a forma como dizes “boneca”:
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dizer devagar: sílaba-a-sílaba;
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dar entoação às vogais;
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exagerar os movimentos da boca/face: para a pessoa perceber o movimento que é preciso realizar para dizer a palavra.
Isto é válido para a palavra “boneca”, como para qualquer outra.
Não quer dizer que, como a pessoa com autismo não diz a palavra “boneca” direita, não lha deves dar, principalmente agora que já conseguiste dar uma função ao som “api”. No entanto, sempre que ela pede, podes celebrar esse acontecimento e modelar a palavra “boneca” novamente, para que a pessoa vá associando e se familiarizando mais com o som específico.
O mesmo deverá ser feito para outros sons e palavras que a pessoa já mostrou que é capaz de verbalizar – por esta razão é que consideramos tão importante realizar uma lista de sons/palavras que ela já diz, nesta fase inicial.