Cada vez mais pais e cuidadores nos trazem esta questão, pois não sabem o que fazer, como reagir e não entendem se é certo ou errado.
Antes mais, gostaríamos de te dizer que é normal. Sim, é normal e natural, mesmo em crianças com idades menores, essa procura em explorar o corpo, tanto em meninas como em meninos. Antes de entrarmos em mais detalhes, queremos também reforçar que há casos e casos e que devem sempre ser questionados, de forma mais específica, a um pediatra ou especialista na área.
Mas deixamos-te algumas sugestões:
1. Encara com tranquilidade
Seja rapaz ou rapariga, tenha três, oito ou doze anos… Encara a situação que estás a presenciar sem pânico ou espanto e não impeças a sua criança de o fazer. Não existe qualquer problema nessa procura, porque é apenas a criança a conhecer o seu próprio corpo. Mesmo no caso de adultos, a autoestimulação é algo normal e natural, portanto, não faz sentido proibir. Lembra-te da expressão “o fruto proibido é sempre o mais apetecido” e quanto mais impedimos que a pessoa faça algo, mais ela vai querer fazer mais vezes.
2. Explica e encaminha para um lugar privado
Quando te aperceberes que a pessoa está nesta procura, explica-lhe que está tudo bem em ela querer fazer aquilo, mas que deve fazê-lo num lugar privado. Podes encaminhar a pessoa para o seu quarto ou para a casa-de-banho. Se a pessoa for não-verbal, explica da mesma forma. Mesmo que não fale, ela irá compreender e deverás encaminhá-la, da mesma maneira, para um lugar onde ela possa estar sozinha. Desta forma, estás a mostrar que à coisas que só se fazem em privado e proteger a pessoa de eventuais exposições.
3. Adapta consoante a idade
É importante ressaltar que certas respostas variam de pessoa para pessoa, dependendo da sua idade e nível de compreensão.
Se for uma criança de 3 anos, é muito comum a exploração dos órgãos genitais após o desfralde, por exemplo. Portanto, seguindo o que já dissemos antes, não proíbas. A criança apenas está a conhecer o seu órgão genital. Se ela fizer perguntas, responde de forma simples e adaptada à sua idade, não alongues o discurso e evita explicar detalhes que a criança não compreenderá.
Se for uma criança de 8 anos, deixa que explore da forma que ela quiser e segue os mesmos conselhos. Pesquisa e podes explicar, através de imagens dos livros escolares, o que é o órgão genital e entrar em mais algum detalhe sobre o corpo humano. Nestas idades, é normal passarem de uma estimulação não pensada para a masturbação.
Se for um/a jovem de 12 anos, segue os mesmos conselhos e podes explicar mais detalhadamente outros temas de educação sexual que consideres relevantes para a sua pré-adolescência, como a puberdade, por exemplo. A informação é poder e pode ser essencial para a segurança e saúde dos/das jovens.
Tudo isto é válido para adultos, é apenas uma questão de adaptar ao seu nível de compreensão e, explorar mais ou menos consoante isso.
Se existirem perguntas, também é importante responder de forma tranquila e sem tabus.
4. Em demasia, procura um especialista
Reforçamos sempre a procura de um pediatra, um psicólogo, ou um especialista na área, como um séxologo, em caso de mais dúvidas. Principalmente, em casos como de estimulação recorrente, ou em que a pessoa se magoe ou cause feridas, por exemplo, deverá contactar um profissional de saúde, para perceber se existem outras razões pelo qual a pessoa o faz, para além da descoberta do seu órgão e/ou da sua sexualidade.